domingo, 19 de julho de 2015

# 249



Não gosto nada das pessoas contentinhas. Se dependesse delas, a literatura já tinha desaparecido da face da terra. No entanto, as pessoas "normais" são apreciadas em todo o lado. Todos os assassinos são, para os seus vizinhos, tal como se vê sempre na televisão, pessoas satisfeitas e normais.
(...)
Odeio esta grande parte da humanidade "normal" que dia a dia destrói o meu mundo. Odeio as pessoas que são de uma grande bondade porque ninguém lhes deu a oportunidade de saber o que é o mal e poderem então escolher livremente o bem; pareceu-me sempre que esse tipo de gente bondosa é gente de uma maldade extraordinária em potência. 

Enrique Vila-Matas - O Mal de Montano

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