segunda-feira, 10 de julho de 2017

# 339



o homem apenas parece seguro naqueles terrenos que o tocam profundamente: quando joga, quando conquista, quando constrói as suas várias carapaças históricas à base de ethos, quando acerta contas com o mistério central através de alguma revelação. E por cima e por baixo disso está a curiosa noção de que a ferramenta principal, o logos que nos arranca vertiginosamente da escala zoológica, é uma completa fraude, e o corolário inevitável é o refúgio no difuso e no balbuceio, a noite escura da alma, as visões estéticas e metafísicas

Julio Cortázar - O Jogo do Mundo (Rayuela)

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