domingo, 14 de junho de 2015

# 230



Paciente: A noite passada sonhei que Jennifer Lopez e Angelina Jolie estavam na minha cama e que fizemos amos os três a noite inteira.
Psiquiatra: Obviamente, tem um desejo profundamente enraizado de dormir com a sua mãe.
Paciente: O quê?! Nenhuma dessas mulheres se parece remotamente com a minha mãe.
Psiquiatra: Aha! Uma formação reactiva. Está, sem dúvida, a reprimir os seus verdadeiros desejos.

A história que acabei de contar não é uma piada - na verdade, é a forma como alguns freudianos raciocinam. E o problema do seu raciocínio é que não existe um conjunto concebível de circunstâncias concretas que refutem a sua teoria edipiana. Na crítica que fez à lógica indutiva, o filósofo do século XX, Karl Popper, argumentou que para uma teoria ser válida tem de haver algumas circunstâncias possíveis cuja falsidade possa ser demonstrada. Na pseudopiada acima, não existem circunstâncias que o terapeuta freudiano admitirá como prova.
Aqui têm uma piada verdadeira que foca a opinião de Popper ainda mais claramente:

Dois homens estão a fazer o pequeno-almoço. Um deles barra a torrada com manteiga e diz:
- Já reparaste que quando deixamos cair uma torrada, ela cai sempre com o lado da manteiga para baixo?
O segundo tipo diz:
- Não, aposto que só parece assim porque é horrível limpar a gordura quando a torrada cai com a manteiga para baixo.
O primeiro tipo diz:
- Ah, sim? Repara nisto. - Deixa cair a torrada e ela fica com o lado da manteiga voltado para cima.
- Estás a ver? Eu bem te disse - declara o segundo tipo.
- Oh, já sei o que aconteceu - replica o primeiro. - Pus a manteiga do lado errado!

Para este tipo, nenhuma prova falsificará a sua teoria.


Thomas Cathcart / Daniel Klein - Platão e um Ornitorrinco entram num Bar

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