segunda-feira, 28 de agosto de 2023

# 566

 

O encanto, a variedade, a beleza da vida provêm precisamente das oposições de luz e sombra.


Lev Tolstoi - Ana Karenina 

domingo, 27 de agosto de 2023

# 565

 

existe na actividade humana um limite entre os fenómenos psíquicos e os fenómenos fisiológicos? E onde se encontra esse limite?


Lev Tolstoi - Ana Karenina 

# 564

 

As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são-no cada uma à sua maneira.


Ana Karenina - Lev Tolstoi 

# 563

 

ler os clássicos parece estar em contradição com o nosso ritmo de vida, que não conhece tempos longos


Porquê Ler os Clássicos - Italo Calvino

# 562

 

A atualidade pode ser banal e mortificante, mas não deixa de ser um ponto em que devemos situar-nos para olhar em frente ou para trás. Para se poder ler os clássicos, deve-se também determinar “donde” estamos a lê-los, senão tanto o livro como o leitor perdem-se numa nuvem sem tempo. É por isso que tira o máximo rendimento da leitura dos clássicos quem souber alternar com ela a sapiente dosagem da leitura de atualidades.


Porquê Ler os Clássicos - Italo Calvino 

# 561

 

É só nas leituras desinteressadas que pode suceder esbarrarmos num livro que se torna o “nosso” livro.


Porquê Ler os Clássicos - Italo Calvino 

# 560

 

Se não der faísca, não há nada a fazer: não se lêem os clássicos por dever ou respeito, mas só por amor.


Porquê Ler os Clássicos - Italo Calvino 

# 559

 

Os clássicos são livros que quanto mais se julga conhecê-los por ouvir falar, mais se descobrem como novos, inesperados, e inéditos ao lê-los de facto.


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

# 558

 

Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma vaga de discursos críticos sobre si, mas que continuamente se livra deles.


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

# 557

 

Os clássicos são os livros que nos chegam trazendo em si a marca das leituras que antecederam a nossa e atrás de si a marca que deixaram na cultura ou culturas que atravessaram


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

# 556

 

De um clássico toda a releitura é uma leitura de descoberta igual à primeira.


Porquê Ler os Clássicos?  - Italo Calvino 

#555

 

deveria haver uma época na vida adulta destinada a revisitar as leituras mais importantes da juventude. 


Porquê Ler os Clássicos?  - Italo Calvino 

sábado, 26 de agosto de 2023

# 554

 

as leituras da juventude podem ser pouco profícuas por impaciência, distração, inexperiência das instruções para o uso, inexperiência da vida. Podem ser (se calhar ao mesmo tempo) formativas no sentido de darem uma forma às experiências futuras, fornecendo modelos, conteúdos, termos de comparação, esquemas de classificação, escalas de valores, paradigmas de beleza: tudo coisas que continuam a agir mesmo que do livro lido na juventude se recorde pouquíssimo ou mesmo nada. 


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

# 553

 

ler pela primeira vez um grande livro em idade madura é um prazer extraordinário: diferente (mas não se pode dizer que é maior ou menor) do que se tem ao lê-lo na juventude.


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

# 552

 

por mais vastas que possam ser as leituras “de formação” de um indivíduo, fica sempre um número enorme de obras fundamentais que não se leu.


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

# 551

 

Um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer.


Porquê Ler os Clássicos? - Italo Calvino 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

# 550

 

O facto de um livro não existir (ou ainda não existir) não é razão para o ignorar, assim como não ignoraríamos um livro sobre um tópico imaginário.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

# 549

 

Como séculos de ditadores bem sabem, uma multidão de analfabetos é mais fácil de governar; já que a capacidade de ler não pode ser desaprendida uma vez adquirida, uma solução, à falta de melhor, é limitar-lhe o âmbito de aplicação. 

(…)

Os livros, escreveu Voltaire, num panfleto satírico intitulado “Sobre o Horrível Perigo da Leitura”, dissipam a ignorância, que é a custódia e salvaguarda dos Estados bem policiados. Por conseguinte, a censura, de uma forma ou de outra, é o corolário de todo o poder, e a história da leitura está iluminada por uma fila aparentemente interminável de fogueiras de censores, dos primeiros rolos de papiro aos livros do nosso tempo.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

domingo, 20 de agosto de 2023

# 548

 

qualquer tradução bem sucedida é obrigatoriamente diferente do original, visto que parte do princípio de que o texto original é algo já digerido, despojado da sua frágil ambiguidade, interpretado. É na tradução que a inocência perdida após a primeira leitura se restaura sob outra forma, visto que o leitor é mais uma vez posto perante um novo texto e o seu mistério concomitante. É este o inescapável paradoxo da tradução e também a sua riqueza.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 547

 

Para além do sentido literal e da significação literária, o texto que lemos adquire a projecção da nossa própria experiência, a sombra, por assim dizer, de quem somos.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 546

 

cada livro resulta de uma longa sucessão de outros livros cujas capas talvez nunca vejamos e cujos autores talvez jamais conheçamos, mas que são ecoados neste livro que temos nas mãos.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 545

 

O sentido é muitas vezes ditado pela língua que se utiliza. Algo é dito não porque o autor decidiu dizê-lo de uma determinada forma, mas porque naquela língua específica é necessária uma certa sequência de palavras para obter um sentido, uma certa melodia é considerada agradável, certas construções são rejeitadas como cacofónicas, têm um duplo sentido ou parecem ter caído em desuso. Todos os atributos em voga da linguagem conspiram para privilegiar um agrupamento de palavras em detrimento de outro.

(…) A tradução é o acto supremo de compreensão. Para Rilke, o leitor que lê para traduzir envolve-se no “processo mais puro” de perguntas e respostas, através do qual a mais inapreensível das noções, a significação literária, é respigada. Respigada, mas nunca tornada explícita, porque, na alquimia particular deste tipo de leitura, a significação imediatamente se transforma num outro texto equivalente. E a significação do poeta progride de palavras em palavras, numa metamorfose de uma língua para outra.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 544

 

Ao ser lido perante uma audiência, um texto não é exclusivamente determinado pela relação entre as suas características intrínsecas e as do seu público arbitrário e sempre diferente, visto que os membros desse público deixam de ter a liberdade (como leitores normais teriam) de voltar atrás, reler, deter-se e dar ao texto a sua própria entoação conotativa. O público passa a depender do autor-intérprete, que assume o papel de leitor de leitores, uma encarnação abusiva de todos e cada um dos membros da audiência cativa a quem se destina a sessão de leitura, ensinando-os a ler.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 543

 

O acto de ler estabelece uma relação física íntima, na qual todos os sentidos participam: os olhos vêem as palavras na página; os ouvidos ecoam os sons lidos; o nariz inala o odor familiar do papel, cola, tinta, cartão ou couro; as mãos acariciam a página suave ou rugosa, a encadernação macia ou dura; até, por vezes, o paladar, quando o leitor leva os dedos à boca (a forma como o assassino envenena as suas vítimas no romance de Umberto Eco O Nome da Rosa).


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 542

 

os leitores cujas identidades são negadas não têm outros lugares onde encontrar as suas histórias, a não ser na literatura que eles próprios produzem.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

sábado, 19 de agosto de 2023

# 541

 

A associação entre os livros e os seus leitores não se assemelha a nenhuma outra existente entre um objecto e o seu utilizador. Ferramentas, mobiliário, roupa - tudo tem uma função simbólica, mas os livros impõem aos seus leitores um simbolismo muito mais complexo que o de um simples utensílio. A mera posse de livros implica uma certa condição social e uma certa riqueza intelectual;


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 540

 

Sentada à minha frente no metro em Toronto, uma mulher lê a edição da Penguim de Labirintos, de Borges. Apetece-me interpelá-la, acenar-lhe, fazer-lhe sinal de que também pertenço à mesma fé. Ela, cujo rosto esqueci, em cujas roupas mal reparei, de quem não sei sequer a idade, está mais próxima de mim, pelo mero acto de segurar nas mãos aquele livro em particular, do que muitas outras pessoas que vejo diariamente. Uma prima minha de Buenos Aires, como tinha consciência clara de que os livros podiam funcionar como emblema, um sinal de aliança, escolhia sempre o livro que levava em viagem com o mesmo cuidado com que escolhia a mala de mão. 


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 539

 

Constantino foi o primeiro a encontrar significados cristãos proféticos em Virgílio e, através da sua leitura, o poeta latino transformou-se no mais prestigiado de todos os escritores oraculares.

(…)

O que Constantino descobriu nessa distante Sexta-Feira Santa, e para sempre, foi que o sentido de um texto se expande com as capacidades e desejos do leitor. Perante um texto, o leitor pode transformar as palavras numa mensagem que lhe decifre um problema não relacionado historicamente com o texto ou o seu autor. Esta transmigração de sentido pode alargar ou empobrecer o próprio texto; invariavelmente, impregna-o com as circunstâncias do leitor. Através da ignorância, da fé, da inteligência, de truques e astúcias, de revelações, o leitor reescreve o texto com as mesmas palavras do original, mas sob um outro cabeçalho, recriando-o, por assim dizer, no próprio acto de lhe dar o ser.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 538

 

Salas, corredores, estantes, prateleiras, fichas e catálogos informatizados partem do princípio de que os assuntos em que a nossa mente se demora são entidades reais e, devido a esta suposição, determinado livro pode adquirir um tom e valor particulares. Catalogado como ficção, As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, é um romance de aventuras humorístico; como sociologia, é um estudo satírico da Inglaterra do século XVIII; como literatura infantil, trata-se de uma fábula divertida sobre anões e gigantes e cavalos que falam; como fantasia, um precursor da ficção científica; como literatura de viagens, uma viagem imaginária; como clássico, uma parte do cânone literário ocidental. As categorias são mutuamente exclusivas; a leitura não o é  - ou não o deveria ser. Quaisquer que sejam as categorias escolhidas, todas as bibliotecas tiranizam o acto da leitura e forçam o leitor - o leitor curioso, o leitor atento - a resgatar o livro da categoria a que foi condenado.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 537

 

O inventor das primeiras placas escritas talvez se tenha apercebido das vantagens destes pedaços de argila sobre a capacidade de memória do cérebro: em primeiro lugar, a quantidade de informação que se podia armazenar nas placas era infindável - era possível continuar a produzir placas ad infinitum, ao passo que a capacidade de memória do cérebro é limitada; em segundo lugar, as placas não requeriam a presença do armazenador de memória para consultar a informação pretendida. Subitamente, algo intangível - um número, uma notícia, um pensamento, uma ordem - podia adquirir-se sem a presença física do transmissor da mensagem; como que por magia, era possível imaginar, registar e transmitir através do espaço e para além do tempo. Desde os mais remotos vestígios da civilização pré-histórica que a sociedade humana procurara ultrapassar os obstáculos geográficos, a irreversibilidade da morte, a erosão do esquecimento. Com um só acto - a incisão de uma imagem numa placa de argila - esse primeiro escritor anónimo conseguiu realizar todos esses feitos aparentemente impossíveis.

Mas a escrita não foi a única invenção criada no momento daquela primeira incisão: deu-se uma outra criação ao mesmo tempo. Como o objectivo do acto de escrita era preservar o texto - ou seja, lê-lo - a incisão criou simultaneamente um leitor, papel que se configurou ainda antes de o primeiro leitor adquirir uma presença física. Enquanto aquele primeiro escritor congeminou uma nova arte gravando marcas num pedaço de argila, uma outra arte se tornou tacitamente aparente, uma arte sem a qual as marcas teriam sido completamente desprovidas de sentido. O escritor era um produtor de mensagens, o criador de signos, mas estes signos e mensagens necessitavam de um mágico que os decifrasse, lhes reconhecesse o sentido e desse voz. A escrita requeria um leitor. 


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 536

 

Seja qual for a forma como os leitores fazem seu um livro, o resultado é que esse livro e o leitor se tornam um só. O mundo que o livro é, devora-o o leitor, que é uma letra no texto do mundo; assim se cria uma metáfora circular para o carácter interminável da leitura. Nós somos aquilo que lemos. O processo através do qual o círculo se completa não é, como defende Whitman, apenas intelectual; lemos intelectualmente a um nível superficial, apreendendo certos sentidos e conscientes de certos factos, mas, ao mesmo tempo, invisível e inconscientemente, o texto e o leitor entrelaçam-se, criando novos níveis de sentido, de forma que, de cada vez que extraímos qualquer coisa do texto ao ingeri-lo, nasce simultaneamente algo nele que ainda não apreendemos. É por isso que - como Whitman acreditava, ao reescrever e reeditar os seus poemas repetidamente - nenhuma leitura pode jamais ser definitiva.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 535

 

Há livros nos quais as notas de rodapé ou os comentários rabiscados por um leitor nas margens são mais interessantes do que o texto. O mundo é um desses livros. (George Santayana, filósofo americano de origem espanhola)

(…)

A nossa tarefa, como assinalou Whitman, consiste em ler o mundo, visto que esse colossal livro é a única fonte de conhecimento para os seres humanos.

(…)

Os seres humanos, feitos à imagem de Deus, são também livros a ler. Neste caso, o acto da leitura serve de metáfora para nos ajudar a compreender a nossa relação hesitante com o nosso corpo, o encontro, o contacto e o deciframento de signos noutra pessoa. Lemos expressões num rosto, seguimos os gestos da pessoa amada, como num livro aberto


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 534

 

Para Whitman, texto, autor, leitor e mundo reflectiam-se mutuamente no acto da leitura, um acto cujo significado alargou até lhe servir para a definição de todas as necessidades humanas vitais, assim como do universo em que tudo acontecia. Nesta conjunção, o leitor reflecte o escritor (ele e eu somos um), o mundo ecoa o livro (o livro de Deus, o livro da Natureza), o livro é de carne e sangue (a carne e o sangue do escritor, os quais, mediante uma transubstanciação, se tornam meus), o mundo é um livro a decifrar (o poema do escritor transforma-se na minha leitura do mundo). Durante toda a sua vida, Whitman parece ter buscado um entendimento e uma definição do acto da leitura, o qual é ao mesmo tempo ele próprio e uma metáfora de todos os seus constituintes.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

domingo, 13 de agosto de 2023

# 533

 

Do que precisamos é de livros que nos atinjam como a desgraça mais dolorosa, como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós próprios, que nos façam sentir como se tivéssemos sido expulsos para o meio dos montes, longe de qualquer presença humana, como um suicídio. Um livro tem de ser uma picareta para o mar gelado dentro de nós. (Franz Kafka)


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

sábado, 12 de agosto de 2023

# 532

 

Em todas as sociedades letradas, a aprendizagem da leitura é uma espécie de iniciação, um rito de passagem a partir de um estado de dependência e de comunicação rudimentar. A criança que aprende a ler é admitida no seio da memória da comunidade através dos livros e assim se familiariza comum passado comum, que renova, em maior ou menor grau, com cada leitura.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 531

 

Nunca regressamos ao mesmo livro ou até à mesma página, porque, na luz variável, nós mudamos e o livro muda, e as nossas memórias passam da claridade ao lusco-fusco e deste de novo à claridade, sem jamais sabermos exactamente o que aprendemos e o que esquecemos e o que de facto recordamos. O que é certo é que o acto de leitura, que resgata tantas vozes do passado, preserva-as por vezes pelo futuro adentro, onde, de formas audaciosas e imprevistas, poderemos vir a fazer uso delas.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 530

 

seguindo o texto, o leitor articula o seu sentido através de um método emaranhado de significações aprendidas, convenções sociais, leituras prévias, experiência pessoal e gostos próprios. 


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 529

 

Ler significa aproximarmo-nos de algo que está nesse momento em devir.


Se Numa Noite de Inverno um Viajante - Italo Calvino

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

# 528

 

a dicotomia artificial entre a vida e a leitura é activamente promovida por aqueles que se encontram no poder. Os regimes demóticos exigem que esqueçamos e, por consequência, classificam os livros como luxos supérfluos; os regimes totalitários exigem que não pensemos e, por consequência, banem, ameaçam e censuram; de maneira geral, tanto uns como os outros exigem que nos tornemos estúpidos e aceitemos a nossa degradação com humildade, e, por conseguinte, promovem o consumo de leituras fúteis. Em tais circunstâncias, os leitores têm de ser subversivos.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 527

 

a leitura é cumulativa e avança numa progressão geométrica: cada nova leitura assenta naquilo que o leitor leu antes.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

terça-feira, 8 de agosto de 2023

# 526

 

Cada livro era um mundo em si e nele eu procurava refúgio.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 525

 

Ler forneceu-me uma desculpa para a privacidade 


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 524

 

“…Foi em livros que encontrei o universo: resumido, classificado, rotulado, meditado, ainda cheio de força”. (Jean-Paul Sartre - Les Mots)


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 523

 

A experiência das coisas tive-a em primeiro lugar através dos livros.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 522

 

é o leitor que lê o sentido; é o leitor que reconhece a um objecto, lugar ou acontecimento uma possível legibilidade ou lha concede; é o leitor que tem de atribuir significação a um sistema de signos e em seguida decifrá-lo. Todos nos lemos a nós próprios e ao mundo à nossa volta para vislumbrarmos o que somos e onde estamos. Lemos para compreender ou começar a compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, quase tanto como respirar, é uma das nossas funções vitais.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel 

# 521

 

Ao conseguir transformar simples linhas em realidade viva, tornara-me todo-poderoso. Sabia ler.


Uma História da Leitura - Alberto Manguel