domingo, 25 de junho de 2017

# 322



O que é que eu posso fazer? No meio da grande desordem continuo a ver-me como um cata-vento, e ao fim de tantas voltas há que marcar um Norte, um Sul. Chamar a alguém cata-vento demonstra falta de imaginação: depreendem-se as reviravoltas, mas não a intenção, a ponta da flecha que procura fixar-se e estabelecer-se no rio de vento.

(..)

eu ando por aí a vaguear, a dar-lhe voltas, à procura do Norte e do Sul, se é que os procuro. Se é que os procuro. Mas se não andasse à procura deles, porquê tudo isto?


Julio Cortázar - O Jogo do Mundo (Rayuela)

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