Nunca regressamos ao mesmo livro ou até à mesma página, porque, na luz variável, nós mudamos e o livro muda, e as nossas memórias passam da claridade ao lusco-fusco e deste de novo à claridade, sem jamais sabermos exactamente o que aprendemos e o que esquecemos e o que de facto recordamos. O que é certo é que o acto de leitura, que resgata tantas vozes do passado, preserva-as por vezes pelo futuro adentro, onde, de formas audaciosas e imprevistas, poderemos vir a fazer uso delas.
Uma História da Leitura - Alberto Manguel
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