Como séculos de ditadores bem sabem, uma multidão de analfabetos é mais fácil de governar; já que a capacidade de ler não pode ser desaprendida uma vez adquirida, uma solução, à falta de melhor, é limitar-lhe o âmbito de aplicação.
(…)
Os livros, escreveu Voltaire, num panfleto satírico intitulado “Sobre o Horrível Perigo da Leitura”, dissipam a ignorância, que é a custódia e salvaguarda dos Estados bem policiados. Por conseguinte, a censura, de uma forma ou de outra, é o corolário de todo o poder, e a história da leitura está iluminada por uma fila aparentemente interminável de fogueiras de censores, dos primeiros rolos de papiro aos livros do nosso tempo.
Uma História da Leitura - Alberto Manguel
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