sábado, 7 de setembro de 2013

# 101



Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, na realidade consta de um só momento: o momento em que o homem fica a saber para sempre quem é. (...) Compreendeu que um destino não é melhor que outro, mas que todos os homens têm de acatar o que trazem dentro de si. Compreendeu que as divisas e o uniforme já o estorvavam. Compreendeu o seu íntimo destino de lobo, e não de cão gregário; compreendeu que o outro era ele. Amanhecia na ilimitada planície. Cruz atirou o quépi ao chão, gritou que não consentia no crime da morte de um valente e pôs-se a combater contra os soldados, juntamente com o desertor Martín Fierro.


Jorge Luís Borges - Biografia de Tadeo Isidoro Cruz (1829-1874) - O Aleph


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