sábado, 24 de agosto de 2019

# 461


De facto, a história do romance tem sido, desde os seus inícios, a história de uma rebelião constante e extrema contra as leis ou costumes inventamos pelo próprio romance. As criações nada ortodoxas de Laurence Sterne, Gustave Flaubert, Susan Strand, Carlo Emílio Gadda, Witold Gombrowitz, Samuel Beckett, Georges Perec, Natalie Sertaut, Dorothy Hewitt e William Gaddis, entre tantos outros, criaram leis atractivas e novas para a narrativa, leis que nasceram já, no entanto, projectadas para a sua inevitável morte, para essa destruição a que até as próprias leis - orgulhosas mas flexíveis - souberam desde o primeiro momento que era a única a que deviam aspirar.

Enrique Vila-Matas - Chet Baker pensa na sua arte

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